A JAMA Pediatrics publicou no dia 30/01/2023 um estudo que acompanhou famílias por mais de 10 anos analisando o uso e tempo de telas e o impacto no desenvolvimento das funções executivas em crianças já na idade escolar. O uso de eletroencefalografia (EEG) permitiu levantar estas correlações neurais associadas aos prejuízos cognitivos.
A pesquisa evidenciou correlatos neurais causando danos na atenção, à medida que o tempo de tela aumentou, a potência Theta relativa foi maior, o que se refletiu na relação Theta/Beta. Essas alterações foram relativamente mais evidentes nas regiões fronto central e parietal, mostrando uma correlação graduada com o uso da tela por 12 meses.
Vale lembrar que as região fronto central lobos são essenciais para planejamento e execução de comportamentos aprendidos e intencionais e também constituem o local de muitas funções inibitórias. E a região parietal é responsável por nossa percepção sensorial, sensação de dor, pressão e temperatura.
Basicamente, indivíduos com transtornos de neurodesenvolvimento possuem falhas nas funções executivas em diferentes gravidades. Dentre estes transtornos está o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O que faz esta pesquisa ser ainda mais relevante a este público e a necessidade do diagnóstico precoce. Salientando que as telas não causam autismo, contudo, podem agravar os sinais e sintomas devido aos prejuízos nas funções executivas.
Fonte: Dr Thiago Cunha (Pediatra e Especialista em Desenvolvimento Infantil)
